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  • Foto do escritorAlana Duarte

A minha gravidez em época de coronavírus

Atualizado: 12 de mai. de 2021

Hoje, dia 01 de maio, me deu vontade de escrever um pouco sobre alguns pensamentos e experiências nessa época de incertezas, isolamento social e muito negativismo... Sigo muitas grávidas e mães no instagram e normalmente leio os comentários de algumas fotos. É incrível como parece que certas pessoas querem colocar essas mulheres pra baixo, "exigem" que elas falem da tal "vida real" ou "maternidade real". Primeiro: nem todas as mulheres têm uma gravidez ou maternidade difícil ou sofrida (mas todo mundo acha que se você teve, fulana também tem que ter). Segundo: às vezes, essas mulheres que estão sempre felizes e de bem com a vida tiveram sim momentos difíceis, mas elas escolheram olhar mais para o lado positivo da coisa e não compartilhar sentimentos ou experiências ruins. E terceiro: elas compartilham o que elas querem compartilhar com quem elas quiserem. Ah, e tem um quarto também... vejo cada dia mais que essa tal "sororidade" que a gente ouve muito falar nesses dias de hoje, só é usada quando convém. Quando é pra falar de liberação de aborto por exemplo, militam "meu corpo minhas regras", mas não pensam que dentro você existe um corpo que não é seu e que não tem direito de escolha! Mas pra falar de escolha de parto, se você se exercita ou não na gravidez, de amamentação, de criação de filhos ou se você deixou de trabalhar ou não depois que virou mãe, você "tem que seguir" o que a sociedade manda. Difícil né? O outro discurso de "a mulher pode ser o que ela quiser" também não se encaixa aí...


O que eu vejo acontecer nos últimos meses sobre o coronavírus é bem similar ao que eu falei em cima. Se você não posta nada sobre vírus, não foca sua energia nele, você é "alienada(o)" ou "vive numa bolha" ou é porque você "não foi diretamente afetada(o)". Falam tanto de saúde mental, mas até isso querem exigir dos outros. Não sou psicóloga, mas tenho empatia e discernimento de saber que cada um tem seu jeito de lidar com os problemas da vida. Certo ou não, não cabe a mim julgá-las. Quando tudo isso de pandemia começou eu fiquei meio mal, preocupada excessivamente, lendo muitas notícias... Mas depois eu vi que aquilo não fazia bem nem pra mim nem pro meu filho, e decidi parar de ver notícias, parar de olhar stories em Instagram e até de parar de seguir algumas pessoas. Não queria nem quero negatividade entrando no meu corpo e na minha casa. Eu só sabia o que eu precisava saber e ponto final.


Tudo isso foi pra dizer que apesar de todo caos que o mundo tá passando, eu nunca estive tão feliz em toda minha vida. Apesar de todos os desconfortos ou sustos que eu possa ter passado durante a gravidez, das coisas que eu ouvi e não gostei, dos quilinhos a mais e até das estrias que já apareceram... NADA vai tirar o brilho desse momento tão lindo e mágico que eu tô passando. Claro que às vezes eu me chateio com uma coisa ou outra, me estresso ou choro, mas isso é tão raro que eu nem lembro a última vez. Pelo contrário, não sei se a felicidade em mim está transbordando ou se é efeito dos hormônios, mas eu nunca ri tanto em toda minha vida e de coisas que até Adriano se assusta de tão bestas que são (segundo ele, eu tenho mais 3 tipos de sorrisos depois que engravidei e até minha feição mudou). Sou eu quem tem que ter controle sobre meus pensamentos e sobre como eu encaro cada problema. Quando as primeiras estrias começaram a aparecer, não vou mentir que fiquei chateada, mas eu escolhi olhar o outro lado da moeda... Elas são a forma que meu corpo achou de melhor acomodar meu bebê. Cada dia de enjôo era também um dia de agradecimento por meu filho estar aqui dentro. Foi difícil, era um dia de cada vez, mas eu sabia que ia passar. E foi nessa época que aprendi a ter mais paciência, autocontrole e a respeitar e entender os limites do meu corpo.


Essa semana Adriano me perguntou "e aí, a gravidez tá sendo como você esperava?". Sem pensar muito, eu respondi que tá sendo um pouco mais difícil do que eu achei que seria. Disse a ele que imaginava que os enjôos eram como de novela, que você enjoava quando olhava pra comida, vomitava e passava - não sabia que, no meu caso, seriam 24h por dia, todos os dias, por meses. Também não tinha idéia que sentiria dor pélvica ou restrições de movimentos. Mas depois ele falou: "achei que você tá sendo uma grávida sem frescura... tô achando você tranquila". Depois disso eu parei pra refletir que realmente, eu estou uma grávida tranquila. =) Preocupada com algumas coisas, mas tranquila hehehe... Afinal, esse corpitxo aqui também é casinha de um outro alguém e minhas escolhas e atitudes não dizem respeito mais só a mim. Meu corpo está gerando uma outra vida, é normal que desconfortos existam e acho que eu estou sabendo lidar bem com eles.


Apesar do peso da barriga e das dores do último trimestre, esse finalzinho de gestação tá sendo muito engraçado... Eu tenho 465467889 vídeos de Danilo mexendo na barriga, faço as mesmas piadinhas com ele quando ele mexe (Adriano também) e fico rindo muito de mim mesma quando começo a ter crise de riso do nada e até acho muita graça quando eu preciso que Adriano me ajude a me levantar da cama ou do sofá, pegue algo que eu derrubei ou calce minhas meias! To adorando fazer o enxovalzinho dele, lavar, passar, dobrar e guardar as roupinhas, fazer compras online, tudo com muita calma. Ser mimada pelo marido com uma comidinha especial no fim de semana ou com um chocolate ou bolo surpresa quando ele volta do supermercado... Achar graça quando ele vai sozinho no supermercado e me liga dizendo que tá em tal prateleira sem achar determinada coisa e eu digo: "vire de costas que você acha" e ele acha =). Essas são as delicinhas de ficar em casa em meio a tanta coisa ruim acontecendo no mundo.


Estou aproveitando muito minha gravidez. Não estou mais saindo (só quando necessário) e exibindo meu barrigão, mas também estou muito feliz em casa curtindo cada momento dele dentro de mim, cada chutinho, cada mimo do marido, cada live no YouTube, cada leitinho quente à noite antes de dormir esperando o marido terminar de estudar, cada mesma conversa no fim do dia imaginando nosso neném aqui com a gente daqui a pouco, cada falta de planos pro fim de semana, cada ansiedade pra vê-lo nas consultas, cada coisinha dele que a gente compra nos fins de semana ou chega por correio.


Se você ainda não tende a ver o copo meio cheio, comece a fazer isso. É transformador. Seja grato à sua vida e ao que você está passando no momento! =)


See you soon!





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